Saúde Tecnologia
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Publicado em 06/04/2023 12:28h
Tratar dos diversos aspectos que abrangem a gestão em saúde é sempre um desafio para líderes de diferentes níveis hierárquicos. Especialmente num cenário global de crise, com inconstâncias políticas e socioeconômicas.
Como exemplo, podemos citar as mudanças vivenciadas pelo setor desde o início da pandemia de Covid-19. Entre eles, a interrupção de cirurgias eletivas, que representam uma parte significativa das receitas na saúde suplementar.
Assim como as adaptações necessárias à adequação dos protocolos de higiene para prevenir o contágio e a disseminação do vírus. Toda a tomada de decisão exigiu dos líderes atitudes bastante assertivas. Afinal, a gestão em saúde precisou demonstrar eficiência e eficácia para implementar muitas novas ações em um curto espaço de tempo.
Além disso, os custos operacionais também vêm sofrendo um impacto considerável. Sobretudo com a elevação de preços na cadeia de suprimentos, o que incide negativamente sobre a gestão financeira das instituições de saúde.
Conforme aponta o novo Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), criado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço dos medicamentos hospitalares aumentou 16,44% entre março e julho de 2020. Esse é o maior aumento dos últimos anos, quando foram registrados cerca de 5% nos anos de 2015, 2016 e 2018.
No entanto, não foi somente a pandemia que tornou a gestão em saúde ainda mais desafiadora. Recentemente, a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tornou ainda mais complexo o trabalho dos líderes.
Isso porque a adoção de medidas para atualização dos sistemas e proteção dos dados é urgente. Sob pena de multas consideravelmente altas para quem descumprir as regras.
Nesse sentido, o papel das lideranças se torna ainda mais evidente. Afinal, é preciso desenvolver estratégias para enfrentar os desafios com soluções eficientes e adequadas ao momento atual e futuro.
Os desafios na gestão em saúde, além de diversificados, são crescentes. Um profissional que exerce o papel de líder no setor enfrenta uma série de problemas e precisa romper obstáculos diariamente.
Ao passo que a população mundial envelhece em maior número, a taxa de doenças crônicas aumenta. Isso significa que o sistema de saúde passa a ter um papel ainda mais importante, e por mais tempo.
Por outro lado, o avanço das tecnologias tende a contribuir para que os processos se tornem mais dinâmicos e seguros. Contudo, adotar e implementar ferramentas tecnológicas, ao mesmo tempo que traz benefícios, também gera custos maiores. Eis, então, o principal desafio declarado pelos gestores: manter as finanças em ordem.
Porém, sabemos que existe muito mais a ser superado e modificado. E por isso listamos a seguir os maiores desafios enfrentados pelos líderes na gestão em saúde.
Atender as normas reguladoras e acompanhar a legislação é um dos grandes desafios da gestão em saúde. Líderes precisam, constantemente, adequar os processos dentro de uma instituição de acordo com novas resoluções. Principalmente nos períodos de transição governamental, em que a saúde ocupa um lugar de destaque no cenário político.
Desse modo, os líderes devem se manter informados e atualizar suas equipes. Além de, muitas vezes, precisar lidar com cenários que não atendem a real necessidade do setor.
Além do mais, os desafios ligados às mudanças regulatórias tendem a aumentar os custos da prestação dos serviços de saúde. Consequentemente, há uma sobrecarga dos gestores, que precisam cumprir os padrões estabelecidos e, ao mesmo tempo, conter os gastos e manter a qualidade do atendimento.
A exemplo do que vem ocorrendo durante a pandemia, onde o valor dos insumos cresceu abruptamente em percentuais muito elevados, os crescentes custos do setor de saúde são um desafio para os líderes.
Porém, o problema é anterior à crise causada pelo coronavírus. Em 2017, uma pesquisa realizada com CEOs da área mostrou que, dos mais de 180 entrevistados, 57% veem os custos operacionais cada vez mais elevados como uma das principais preocupações.
Do mesmo modo, a ineficiência das equipes com relação ao desperdício de materiais corrobora com o aumento dos gastos. Ao mesmo tempo, reduz as margens de lucro, o que leva ao aumento da cobrança pelos serviços.
A evolução da medicina juntamente à da tecnologia, ao mesmo tempo que cria novas oportunidades, também lança desafios. Sobretudo para líderes que têm a responsabilidade de tornar a gestão em saúde mais eficiente.
Se de um lado estão sistemas e ferramentas que otimizam processos, tornando o atendimento mais seguro, eficaz e qualificado, de outro estão os custos de implementação. Além de uma mentalidade mais tradicional – principalmente nos níveis hierárquicos superiores – que ainda reluta em aceitar tantas transformações.
Essa dualidade torna o trabalho do líder imprescindível, uma vez que vencer o desafio de implementar novas tecnologias tem como resultado gerar uma melhoria em diversos processos. Consequentemente, quando esse desafio é vencido, outros também são superados. Inclusive com relação ao aspecto financeiro, sempre tão preocupante.
Seguindo a premissa da implementação de tecnologias, podemos trazer como exemplo a adoção do registro eletrônico em saúde (EHR). Essa ferramenta tende a trazer uma série de benefícios para as instituições. Porém, exige cuidados relacionados à segurança de dados e integridade das informações do paciente.
Principalmente com a LGPD em vigor, a adequação das instituições que lidam diretamente com dados pessoais e histórico dos pacientes cria um novo desafio para a gestão em saúde. Nesse sentido, o papel das lideranças é de buscar soluções de proteção cibernética. A exemplo do blockchain, que tem se mostrado um grande aliado de gestores.
É preciso, portanto, agregar outras especialidades profissionais para gerenciar o processo de atualização dos sistemas de acordo com a nova legislação. Esse caminho passa por modificar a cultura organizacional, fazendo com os colaboradores redobrem a atenção e o cuidado ao tratar as informações.
No setor de saúde como um todo, o trabalho é feito por pessoas e para pessoas. Ainda que existam normas e regulamentações definindo as boas práticas e a adoção de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) para uma série de atividades, é comum que os resultados sejam variáveis.
Para líderes, a falta de padronização é um enorme desafio na gestão em saúde. Isso porque alcançar um fluxo de trabalho padronizado requer o aprimoramento técnico da equipe, junto com a implementação de ferramentas automatizadas.
Além disso, também exige o emprego de recursos dentro de um contexto clínico e operacional. Assim como uma compreensão de TI, a fim de trazer equilíbrio entre as necessidades e limitações existentes.
Enfrentar e, sobretudo, ultrapassar cada desafio na gestão em saúde requer do líder mais do que uma postura proativa. Em alguns casos, a resiliência para sobrepor uma cultura organizacional mais arcaica é fundamental.
Contudo, cabe ao líder atuar ativamente para promover uma conscientização através da comunicação clara e objetiva, entre as diversas áreas dentro da instituição. E também entre os diferentes níveis de comando.
Mas de forma prática, cada tipo de desafio também apresenta uma solução. Uma delas é a implementação de programas de treinamento e conformidade. Manter a equipe atualizada promove uma mudança de mindset essencial dentro das organizações.
No tocante às novas tecnologias, desenvolver projetos para implantar sistemas eletrônicos – com destaque para soluções baseadas em IoT – é um modo eficiente de atualizar processos e criar uma cultura de inovação. Primordialmente na gestão em saúde, onde os avanços precisam ser acompanhados, uma vez que influenciam diretamente no resultado dos tratamentos.
Diante disso, como superar a questão financeira, considerada o maior desafio dos líderes no setor de saúde?
Apesar de não haver uma fórmula simples para isso, é importante compreender que, ao investir em inovação, uma organização alcança destaque no mercado. Aliás, é fundamental que líderes encarem a gestão em saúde como um negócio.
Ter em mente que a liderança exige um posicionamento, de certa forma, mercadológico, pode modificar as ações e visualizar a instituição num contexto de concorrência. Nesse sentido, torna-se essencial investir recursos para alcançar padrões elevados de qualidade. Uma vez que, quanto melhor for a experiência do paciente, mais reconhecimento é alcançado.
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