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Publicado em 24/11/2025 13:24h

Nesta quinta-feira, (13), o Ministério da Saúde lançou na COP 30 o primeiro plano internacional de adaptação climática exclusivo para a saúde, junto a representantes de bancos e entidades filantrópicas globais. O documento propõe ações para que países possam tornar seus sistemas de saúde mais resilientes, a partir do monitoramento de dados, construção de capacidades dos serviços de saúde e inovação tecnológica.
A mesa de apresentação da proposta trouxe como tônica a urgência de entender a crise climática como uma crise de saúde pública, diante de seus efeitos na saúde de populações. “Além das ações de mitigação, é fundamental adaptar já os sistemas de saúde para reduzir os impactos das mudanças climáticas, sobretudo, nas populações mais vulneráveis”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Foi anunciado pela Wellcome Trust um aporte de US$300 milhões para financiar o desenvolvimento de soluções e a implementação de iniciativas nos países. Esse investimento parte de coalisão de 35 entidades filantrópicas coordenadas pela organização, entre elas, a Rockefeller Foundation e a Gates Foundation.
“Nós precisamos repensar a saúde de uma forma totalmente diferente, com um novo paradigma”, destacou em sua fala. Alan Dangour, diretor de Clima e Saúde da Wellcome Trust. Na sua visão, o Plano Belém é uma oportunidade para alinhar entidades filantrópicas, bancos e governos em torno da saúde, com políticas baseadas em evidências científicas e vigilância.
De acordo com Padilha, ao Brasil caberá a tarefa de acompanhar a implementação do plano e exercer uma liderança global e regional para angariar a adesão de mais nações interessadas em mudar seus sistemas de saúde. Para isso, o ministro afirmou que o país deve utilizar diferentes fóruns globais, como o G20. A próxima Assembleia Global de Saúde, em maio de 2026, também trará um evento paralelo sobre o tema.
plano de ação em saúde de Belém teve suas primeiras discussões em maio, durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra. Ele vem sendo impulsionado pelo Brasil junto a outros países e entidades como a Coalizão de Baku.
Já o aumento da capacidade de resiliência envolve preparar a estrutura dos serviços de saúde para os impactos das mudanças climáticas. Ao longo de sua fala, o ministro deu exemplos no Brasil já em prática dessas diferentes frentes. Afirmou que o país já está investindo nessa resiliência na região Amazônica, com R$4,6 bilhões para adaptação de unidades de atenção primária, unidades fluviais e hospitais. Também investiu R$1,4 bi na reconstrução dos serviços de saúde do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio de 2024.
Por fim, a terceira linha de ação envolve inovação tecnológica, com a criação de soluções para a proteção de populações que vivem em mais vulneráveis às mudanças do clima. Nessa direção, o governou lançou durante a COP 30 uma chamada pública junto com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) para um novo centro de competência para produção de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) a partir da biodiversidade brasileira, com investimento de R$60 milhões.
“Essa é uma COP de implementação. A negociação é importante, mas nós já temos diversas iniciativas acontecendo, conduzidas por governo, bancos e entidades filantrópicas”, pontuou a CEO da COP 30 Ana Toni.
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